A solidão é a certeza cruel.
Não adianta espernear, praguejar ou enfeitar. A morte só aceita um por vez. Não há exceções...
O diálogo não passa de uma tentativa de moldar a realidade à sua guisa O consenso é burro e ingênuo.
A impossibilidade de transmissão adequada te compele a calar. Essa ideia na mente não encontra terreno fértil quando lançada além-mente.
São dois caminhos que levam à mesma solidão.
Falar sozinho, impossível fazer de outra forma, aliás, falar consigo mesmo.
Calar sozinho e enfrentar a companhia da mente e as vezes do corpo.
Não há o que falar em comunicação. Eu finjo que falo e você finge que me entende nesta loucura circular chamada ironicamente de normalidade.
A limitação do vocabulário aumenta a dificuldade em decifrar os significantes alheios, minam a comunicação.
Aos amantes deveria ser proibido conversar. Os corpos entendem de amar, a mente só atrapalha.
Em conversas nos mais variados temas escutamos aqui e acolá, com certa frequência:
-Ponha-se no meu lugar.
(C'est impossible)
Desculpe mas é impossível, o que está além-mente é suposição, convenção, mentira ou pior.
A falha do escravo da mente é (tentar) racionalizar o imponderável.
Dar sentido ao CAOS nem sempre é o mais acertado a se fazer. Me parece bem mais humano simplesmente estar além. CAOS ou ORDEM. Estar.
A necessidade por certezas é estéril e inebriante. Caminho à frustração.
Não consigo lembrar de outra coisa, senão, da aranha que tece sua teia apesar do vento.
É engraçado lembrar de como somos humanos ao despertar, existe ali, naquele momento, uma brecha, uma janela que logo se fecha sem avisar e as coisas voltam a fazer sentido.
A linearidade retoma majestosamente seu lugar.
Saudações cordiais,
O Estudante