quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pater noster - Jacques Prévert





Pai nosso que estás nos céus
Neles permanecei
E nós ficaremos na Terra
Que às vezes é tão bonita
Com seus mistérios de Nova York
E então seus mistérios de Paris
Que valem bem os da Trindade
Com o seu pequeno canal de Ourcq
Sua grande muralha da China
Seu rio de Morlaix
Suas bobagens de Cambrai
Com seu Oceano Pacífico
E suas duas bacias de Tulherias
Com suas crianças boas e seus indivíduos maus 
Com todas as maravilhas do mundo
Que estão lá
Simplesmente na terra
Oferecidas à todos
Espalhadas
Maravilhadas elas mesmas em ser tais maravilhas
E que não se atrevem a admitir
Como uma bela moça nua que não se atreve a mostrar-se
Com os terríveis males do mundo
Que são legião
Com seus legionários
Com seus torturadores
Com os mestres deste mundo
Os mestres com seus padres seus traidores e seus capangas
Com as estações
Com os anos
Com as belas moças e com os velhos bobos 
Com a palha da miséria apodrecendo no aço dos canhões.









Pater noster - Jacques Prévert


Notre Père qui êtes aux cieux

Restez-y
Et nous nous resterons sur la terrre
Qui est quelquefois si jolie
Avec ses mystères de New York
Et puis ses mystères de Paris
Qui valent bien celui de la Trinité
Avec son petit canal de l'Ourcq
Sa grande muraille de Chine
Sa rivière de Morlaix
Ses bêtises de Cambrai
Avec son Océan Pacifique
Et ses deux bassins aux Tuilleries
Avec ses bons enfants et ses mauvais sujets
Avec toutes les merveilles du monde
Qui sont là
Simplement sur la terre
Offertes à tout le monde
Éparpillées
Émerveillées elles-même d'être de telles merveilles
Et qui n'osent se l'avouer
Comme une jolie fille nue qui n'ose se montrer
Avec les épouvantables malheurs du monde
Qui sont légion
Avec leurs légionnaires
Aves leur tortionnaires
Avec les maîtres de ce monde
Les maîtres avec leurs prêtres leurs traîtres et leurs reîtres
Avec les saisons
Avec les années
Avec les jolies filles et avec les vieux cons
Avec la paille de la misère pourrissant dans l'acier des canons.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A tempestade.

Publico texto de um amigo que prefere guardar o anonimato.

Saudações Cordiais,
Efeito Rizoma.


É muito fácil se levar pela força da tempestade, pela ânsia do salto, pelo poder das circunstâncias. Alguém já tentou nadar contra a maré? Atravessar a multidão "desembestada" em sentido contrário? Alguém já descobriu parâmetros que gerem honestos "atalhos” pelos caminhos mais difíceis?
E não estou falando de louvar o mérito de quem sofreu as agruras e dificuldades do crescimento profissional, e hoje se regozija nos "plácidos" campos dos vitoriosos. Estou exortando àquela coragem de dizer NÃO quando todos, pelo poder do comodismo, apontam como saída uma única direção.
A vida é cheia dessas circunstâncias, em que tendemos por aceitar o consenso, seguir o ritmo ditado por normas genéricas e atribuir nossas decisões ao formalmente aceito.
Essa é a verdadeira tempestade. Aquela que quer jogar você na vala da liquidez humana e fragmentar sua razão única e indissolúvel numa sopa de conceitos e regras.
Pois quebre as regras, destrua os princípios enfadonhos e prove a que veio. Saia da manada e por mais aterrador que seja vagar na savana longe do aconchego, prove seu diferencial, pois a tempestade um dia passa e debaixo de todos aqueles escombros, você terá o orgulho de encontrar sua árvore de princípios intacta.


Pensador desconhecido